terça-feira, 7 de junho de 2011

Do princípio ao fim da vida

RESUMO: Esta minha análise tem como objectivo reflectir sobre duas etapas primordiais para o desenvolvimento humano: a fase da infância e a da velhice. Porque nascemos e envelhecemos? Como evoluímos e morremos?
É senso comum que a criança é um ser indefeso, independente, frágil a necessitar de protecção, ingénua, mas que é a representação do futuro. Da mesma forma o conhecimento vulgar acerca da velhice é também uma etapa de dependência, de deterioração, de encargo, declínio físico e cognitivo, isolamento e que não tem mais futuro, restando esperar a morte. Apesar de haver algumas verdades na tradição cultural de encarar essas fases do ciclo de vida, estas etapas são fundamentais através dos seus papéis e responsabilidades sociais para influenciar a forma como se processa o desenvolvimento humano.
Palavras- chave: Desenvolvimento, infância, vinculação, criança, velhice, sabedoria, cognitivo, psicossocial.

O desenvolvimento é determinado pelo factor tempo, tem um suporte cronológico e inicia-se desde o período da concepção. É caracterizado por mudanças biológicas, psicológicas, contextuais e sociais, de forma contínua, gradual e cumulativa, que através das suas interacções, determinam os vários estádios de desenvolvimento ao longo do ciclo de vida. Durante este processo evolutivo que é irreversível e unidireccional, é condicionado pelos factores nature ou hereditariedade e pelo nuture ou meio ambiente. Para explicar esse desenvolvimento surgiram as teorias cognitivas (Piaget), psicossocial (Erikson) e  psicosexual (Freud)
A infância é caracterizada por 3 fases etárias, que vão desde o nascimento até aos 2 anos, o período pré-escolar entre os 2 e os 6 anos, e o período escolar entre os 6 e os 11-12 anos. A fase etária da velhice é determinada por factores socioeconómicos, quando entra na reforma, por volta dos 60-65 anos, até à sua morte.
Tanto na infância como na velhice, o desenvolvimento psicossocial vai depender das experiencias vividas anteriormente e a forma como foram ultrapassadas, bem como os desenvolvimentos físicos e cognitivos por que passam os indivíduos e a influencia do meio ambiente. Este desenvolvimento vai determinar os papéis sociais do indivíduo e a sua integração social.
O desenvolvimento psicológico é caracterizado pela vinculação e separação - individualização, alternando ao longo do ciclo da vida entre estes dois processos. Ainsworh (1973) identificou que a vinculação é uma necessidade inata a qualquer ser e que nos humanos irá variar entre a separação-individualização ao longo do ciclo de vida. Assim na primeira infância até aos 2 anos existe um vínculo emocional muito forte, entre o bebé e o seu cuidador[i] estabelecendo contactos e laços recíprocos, gerando sentimentos de segurança e satisfação no bebé. É esta relação e sentimento que vai permitir à criança ultrapassar a crise psicossocial que Erikson (1976) designou de confiança vs desconfiança, pois se o seu cuidador lhe vincular um sentimento de confiança no mundo que o rodeia, o bebé desenvolverá a esperança que facilitará os relacionamentos futuros. Esta fase foi identificada também por Freud (1964) como o estádio oral, pela interacção entre o bebé e o seu cuidador, na satisfação das suas necessidades primárias. O processo seguinte da autonomia, será de separação-individulização e que estimula novamente a vinculação. Erikson (1976) determinou esta crise psicossocial como a da autonomia vs duvida e vergonha, pois a criança mostra a sua autonomia, que se não for orientada e protegida pelo adulto, pode criar um sentimento de dúvida e vergonha, pela exposição e dependência que ainda tem do cuidador. Freud (1964) classificou como estádio anal, onde a criança demonstra a sua vontade e autonomia, pelo controle das fezes.
Na fase pré-escolar, acentua-se mais a separação- individualização, com a maior autonomia e individualização da criança e com o desenvolvimento da socialização da criança, estimulando novamente a vinculação para as relações sociais, com a tomada de consciência dos seus papéis sociais e dos outros, das normas e regras sociais. A criança desenvolve o seu autoconceito, a sua personalidade, a individualização e independência, passando pela crise psicossocial, que Erikson determinou de iniciativa vs culpa, no controlo das suas múltiplas emoções, como medo, ansiedade, ira, afecto, alegria, a juntar à curiosidade sexual. Assim se a criança tiver resolvido as suas crises anteriores positivamente, será fácil ter iniciativa para autonomamente superar os fracassos, resolver problemas e desafios que lhe apareçam. Freud chama a esta fase de estádio fálico, através dos conflitos do complexo de Édipo e Electra, com os sentimentos de culpa, receios e angustia e comportamentos agressivos. A resolução destes complexos, passa pela renúncia ao desejo sexual pelo progenitor e será influenciada pelo meio ambiente que irá determinar a sua identidade de género. A personalidade reforça-se, condicionada pelos factores culturais e sociais, pelo meio externo e pela forma como se processa a sua socialização primária e a sua interacção e relacionamento, com o seu cuidador como com os outros. É por isso bastante importante que seja ultrapassada de forma positiva, pois é determinante para a formação da personalidade adulta e pela maneira como resolverá situações problemáticas no futuro.
Na idade escolar aperfeiçoa o seu autoconceito e experimenta uma maior liberdade, descobre novas regras morais, novos rituais sociais e a autoridade, fomenta a relação com os pares, tem um maior desenvolvimento intelectual e desenvolve as amizades. É a fase da produtividade, desenvolvimento, aprendizagem e competências, que Erikson caracteriza pela crise industria vs inferioridade. A resolução desta crise de forma positiva vai permitir à criança a sua autoconfiança, motivação e segurança para a resolução de problemas cada vez mais complexos.
Na velhice a vinculação volta a ser muito importante, tal como acontecia na primeira infância, devido à perca de independência e autonomia e à diminuição do seu autoconceito, desvalorizando-se como pessoa e redução da autoestima. É interessante que esta vinculação ainda irá perdurar para além da morte do idoso, através da recordação dos laços afectivos pelos descendentes.
 A crise psicossocial desta fase é a da integridade vs desespero e, segundo Erikson, se a reflexão que o idoso fizer do seu percurso de vida for de uma vida produtiva em vez de uma vida sem sentido, viverá esta fase com serenidade, paz, alcançando a sabedoria, como forma de maturação total do desenvolvimento. A sabedoria do idoso é identificada por uma inteligência pragmática e um elevado nível de conhecimento (Baltes, 1994), por um metacognição, reconhecendo que o conhecimento é limitado, falível e que ninguém sabe tudo (Sternberg, de Meacham, Kitchener,  e Brenner, 1990). A sabedoria está na maneira como o idoso encara o seu conhecimento e o utiliza. Para Kramer (1990) a sabedoria prende-se com o autoconhecimento e com o desenvolvimento da personalidade. Pascual-Leone (1990) acrescenta que a sabedoria é o resultado das experiencias de vida, do tipo de educação e das interacções que se tem em criança e que contribuíram para o desenvolvimento cognitivo, afectivo e da personalidade do idoso. O idoso sábio é aquele, que tem um elevado desenvolvimento do raciocínio e da inteligência, tem um sentido de sagacidade elevado, um elevado conhecimento de si e dos outros, uma forte motivação, uma atitude crítica e reflexiva sobre as coisas, não têm receio de tomar decisões, de assumir responsabilidades e de sentirem que estão em constante aprendizagem, são sensíveis, afectuosos e ainda se encontram activos. O reconhecimento destas características pela sociedade e pelos indivíduos que interagem com o idoso, dá-lhes uma maior autoestima, motivação, proporciona melhor qualidade de vida e permite aceitar a morte com serenidade, como mais uma fase da vida, como um acontecimento natural do desenvolvimento do ciclo de vida. Esta percepção da morte depende do contexto cultural do idoso e tem que passar a ser encarada como mais uma fase da vida de forma natural.
CONCLUSÃO: A infância e a velhice são os e extremos do desenvolvimento humano com diferenças e particularidades nas suas mudanças e transformações. São estas 2 fases que vão influenciar o desenvolvimento das outras fases do ciclo de vida e a natureza das sociedades e dos contextos culturais. As sociedades e a forma como as pessoas vivem, estão actualmente centradas na etapa de vida dos adultos, feita no presente e nas características da etapa dos adultos. Mas com o aumento da esperança de vida a e redução da taxa de natalidade (exemplo da sociedade baseada na etapa adulta), as sociedades estão cada vez mais envelhecidas. Através das suas experiencias de vida, o idoso pode contribui  para o enriquecimento social, sendo necessário valorizar esta etapa. Promover a importância da criança na sociedade é também uma forma de formar melhores adultos, promover melhores relações sociais e familiares, o respeito pelo ser humano e a promoção da cidadania. Uma velhice promotora de valores de esperança de vida servirá de exemplo para a formação das crianças e para determinar um sentido de vida. É necessário valorizar e desenvolver os processos de vinculação, tanto na infância como na velhice e reconhecer a validade da sabedoria dos idosos, para que o desenvolvimento humano adquira sentido ao longo das suas várias etapas.


[i] Refiro-me à figura que cuida da criança, que poderá ser a figura maternal, como a paternal, mãe adoptiva, pai adoptivo, ou outra pessoa que tenha a responsabilidade e a protecção da criança, não descriminando género e papel social


BIBLIOGRAFIA

- Bastos, A. (2010) Psicologia do Desenvolvimento Adulto e Envelhecimento: Contribuições da Teoria e Investigação, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, ESSE
- Cerceira, J. (2009) Vinculação e funcionamento cognitivo da criança: o contexto de interacção mãe-filho, disponível em http://www.psicologia.com.pt/artigos/ver_artigo_licenciatura.php?codigo=TL0135 [acedido em 17/05/2011]
- Marchand, H.(2001), A Sabedoria, excerto do texto Temas de Desenvolvimento Psicológico do Adulto e do Idoso, (n.d)
- Silva, L.R.F. (2008) Da velhice à terceira idade: o percurso histórico das identidades atreladas ao processo de envelhecimento, jan-mar(v.15,n.1, p155-168)
- Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. (pp34-105) Porto: Porto Editora.
-- Texto 5 O comportamento da vinculação [online] da UC de Psicologia do Desenvolvimento. Universidade Aberta, 2011
- Oliveira, M.C. & Cunha, M.I.S.M.(n.d) Infância e Desenvolvimento, Escola Superior de Educaçao e Paula Frassinetti

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sessão de formação sobre a importância da psicologia do desenvolvimento na educação.

SESSÃO DE FORMAÇÃO
Tema: Como é feito o desenvolvimento intelectual das crianças
Destinatários: Pais e encarregados de Educação (EE)
Duração: 4 horas
Objectivos:
·   Dotar os pais/EE de competências que lhes permita diferenciar os vários estádios de desenvolvimento cognitivo dos seus educandos e intervir na sua educação de forma eficaz
§     Dotar os pais/EE de competências que os permitam compreender e identificar as influências do meio envolvente, da hereditariedade e dos factores psicológicos, que determinam o desenvolvimento intelectual das crianças
§     Esclarecer certas crenças, tradições e sensos comuns sobre o desenvolvimento e quais as suas consequências nas atitudes e comportamentos dos pais no desenvolvimento intelectual das crianças
§     Envolver e responsabilizar os pais/EE na construção do conhecimento metacognitivo dos seus educandos  
§     Dotar os pais/EE de competências que os permitam compreender a aplicação de métodos pedagógicos e das atitudes dos docentes fase a uma prática construtivista, numa sintonia de atitudes e responsabilidades entre os educadores (pais e professores) contribuindo, para o o desenvolvimento da inteligente eficaz e significativa nas crianças
§     Determinar conjuntamente com a instituição educativa e os pais/EE, as estratégias mais adequadas e as metodologias mais eficazes na aprendizagem construtiva das crianças, numa responsabilização colaborativa do desenvolvimento intelectual das crianças
Recursos a utilizar: Apresentação em powerpoint; textos fotocopiados para leitura,
Metodologia de trabalho:
§     Apresentação em powerpoint sobre algumas definições da psicologia do desenvolvimento: ensinar, aprendizagem, desenvolvimento, factores de desenvolvimento, teorias do desenvolvimento, crenças ou teorias implícitas, inteligência, inato, metacognição
§     Leitura e análise dos textos, identificação de situações apresentadas
§     Debate
Guião dos temas a abordar:
- Na apresentação do powerpoint, começar por perguntar o que se entende por ensinar e depois explicar que ensinar é transmitir e construir conhecimentos; é dar a conhecer; é indicar o caminho; é treinar; é educar; é um processo de aprendizagem
- Da mesma forma proceder com aprendizagem e explicar que é adquirir conhecimentos e que a aprendizagem é um processo contínuo, desde a concepção até à morte e que contribui para o desenvolvimento das pessoas. Só se consegue aprender quando se adquire um determinado estádio de desenvolvimento que permita novas aprendizagens e assim novo desenvolvimento
- Perguntar o que se entende por desenvolvimento e explicar que são todas as alterações físicas, psicológicas e comportamentais, ao longo da vida de uma pessoa e que é influenciado por factores psicológicos, biológicos, sociais e culturais (Tavares, 2007). O desenvolvimento é feito por estádios, contínuos, progressivos porque evoluem em complexidade, são cumulativos e hierarquizados. São influenciados por factores sociais e culturais e é na interacção das pessoas com o meio que se consegue o processo de desenvolvimento. Assim quanto mais interacções a pessoa fizer, mais rápido, eficaz e significativo será o seu desenvolvimento. Ao longo da vida as pessoas estão em constantes interacções e aprendizagens, logo estão em constante desenvolvimento que só termina com a morte e é o próprio homem que determina as suas aprendizagens e o seu desenvolvimento. È nessa acção do homem sobre o meio, que o modifica, e transformando-o. Para isso é necessário que esteja motivado e tenha um objectivo
- Identificar os factores cognitivos que contribuem para o desenvolvimento como a sensação dada pelos órgão dos sentidos, que permite perceber o que nos rodeia e detectar os estímulos dados pelo meio; a percepção que trabalha essa informação, codificando-a e descodificando-a para obter informações significativas de acordo com os factores hereditários, inatos e do meio envolvente que os influencia; a memória que armazena essas informações para serem utilizadas no quotidiano; a motivação que permite aprender, pensar, determinar os nossos comportamentos, com o objectivo de construir a nossa identidade e o nosso desenvolvimento; e a inteligência que depende de todos os outros factores para se desenvolver, bem como do meio e cultura que pode ou não contribuir para o seu desenvolvimento, mediante as atitudes que se têm das crenças que existem
- O conhecimento de teorias implícitas ou crenças por exemplo, que a educação é da responsabilidade dos professores e da escola, desresponsabiliza e distancia os pais do desenvolvimento cognitivo e metacognitivo das crianças. O desenvolvimento das crianças depende das interacções sociais entre os pais e professores, depende do contexto familiar e das atitudes e comportamentos que os pais têm acerca da educação das crianças, não as incentivando no conhecimento do seu próprio conhecimento (desenvolvimento metacognitivo) e não as motivando para se auto-aprenderem.

Bibliografia:
- Tavares, J. & Pereira, A.S., & Gomes, A.A., Monteiro, S., Gomes, A.(2007) Manual de psicologia do desenvolvimento e aprendizagem, Porto Editora, Porto
- Texto 1 & Texto 2 A natureza do desenvolvimento humano [online] UC Psicologia do Desenvolvimento, 2011, Universidade Aberta,
- Texto 3 Educação e psicologia do desenvolvimento [online], UC Psicologia do Desenvolvimento, 2011, Universidade Aberta
- Glossário [online] da UC Psicologia do Desenvolvimento, 2011, Universidade Aberta

JEAN PIAGET (1896 1980)

Jean Piaget nasceu a 9 Agosto 1896, na Suíça, em Neuchâtel, filho de um professor de Literatura Medieval da Universidade de Zurique. A sua veia científica evidenciou-se aos 11 anos, quando escreveu um artigo sobre o pardal albino. Forma-se em Biologia aos 21 anos e no seguimento do seu interesse pelo estudo dos moluscos do museu onde trabalhava, obtêm o grau de Doutor em Zoologia aos 22 anos. Na Universidade de Zurique, onde dava aulas, interessa-se por psicologia e psiquiatria e muda-se para França, para trabalhar na instituição para rapazes de Binet, onde começa a fazer estudos experimentais acerca do desenvolvimento intelectual da criança, através dos testes elaborados pelo seu colega. Em 1921 foi director do Instituto Rousseau em Geneva. Em 1923, com 27 anos, casa e tem 3 filhas, que contribuíram para o seu estudo sobre o desenvolvimento intelectual, publicando nesse ano o seu primeiro livro sobre psicologia do desenvolvimento ”A linguagem e o pensamento da criança”. Ao longo da sua vida escreveu mais de 100 livros e artigos, participou em congressos e debates públicos em todo o mundo, morrendo a 16 Setembro 1980.
Apesar da sua investigação e dos seus estudos serem de carácter científico, plenamente comprovados, ele nunca foi um pedagogo nem determinou um método de ensino, mas a sua contribuição para o desenvolvimento cognitivo foi de tal importância, que muitas escolas e institutos, utilizam a sua teoria na aplicação de métodos pedagógicos educativos.
Durante o sec.XX surgiram várias teorias que contribuíram para explicar o desenvolvimento humano e que foram importantes para psicologia do desenvolvimento, como as teorias psicanalíticas de Freud e Erikson, o behaviorismo de Loche e a teoria humanista de Maslow. Mas foi com Piaget e a teoria cognitiva, que foi explicada a evolução da inteligência e do conhecimento no ser humano e nomeadamente nas crianças. Baseado no método científico, Piaget elaborou a sua teoria com base na observação e diálogo com crianças, tendo sido comprovadas, com experiencias que realizou com elas. Piaget assenta a sua teoria na teoria evolucionista de Darwin, tendo em conta os factores hereditários, o facto de as pessoas serem todas diferentes e que a evolução biológica depende da adaptação ao meio ambiente envolvente. Assim determinou que o desenvolvimento cognitivo está ligado ao desenvolvimento biológico. Assim é o próprio indivíduo que constrói o seu próprio conhecimento, que depois o utiliza para agir sobre a realidade, modificando-a. As pessoas no seu quotidiano, passam por muitas situações novas ao qual precisam de se adaptar (estruturalismo) e é nessa adaptação que se desenvolve o conhecimento (construtivismo). A adaptação é assim uma aprendizagem que começa por assimilar a informação (novos dados experienciados) – assimilação. A mente vai trabalhar essa informação de acordo com as influencias que o meio envolvente exerce e acomoda a informação – acomodação. Para que essa adaptação seja feita de forma equilibrada e provida de sentido, i.e, que a percepção que uma pessoa tem da realidade e a própria realidade sejam semelhantes e que perante novas situações seja capazes de agir mediante a experiencia anterior, seja capaz de compreender e interpretar a realidade, é necessário haver um equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, que é a equilibração. Assim o desenvolvimento do conhecimento é feito progressivamente e por estádios sequenciais e de complexidade acrescida, sem retorno de estádio e são vividos de diferentes maneiras pelos indivíduos.
Desta forma Piaget provou que o conhecimento não é inato, mas resulta da interacção do individuo com o meio envolvente e quanto maior é essa interacção maior é o seu conhecimento.
“Nasceu gente é inteligente” Jean Piaget

Bibliografia e webgrafia:
- Darwin [online]. Texto da UC de Psicologia do Desenvolvimento. UAb, 2011
- Texto 2 A Natureza do desenvolvimento humano [online] da UC de Psicologia do Desenvolvimento. Universidade Aberta, 2011
- Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. (pp11-43) Porto: Porto Editora.
- A Brief Biography of Jean Piaget (online) disponível em http://www.piaget.org/aboutPiaget.html [acedido em 30/03/2011]
- Quem é Piaget? (online) disponível em http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/piaget/biografia.htm [acedido em 30/03/2011]
- Jean Piaget e o Construtivismo (online) disponível em http://psicdesenv.webnode.com.pt/temas/personalidades/jean-piaget/ [acedido em 30/03/2011]
- A Teoria Cognitiva (online) disponível em http://www.infoescola.com/educacao/teoria-cognitiva/ [acedido em 31/03/2011]

sábado, 2 de abril de 2011

Mesmo antes de ter entrado no curso de licenciatura em Educação saiu um artigo no DN em Junho 2010, que me deixou a pensar sobre as questões da educação e elaborei um texto que postei no Facebook.
Deixo-vos aqui o que na altura pensei que não foge muito ao que já aprendi no curso de educação:

"Insucesso escolar

por Patrícia Fernandes a Sexta-feira, 16 de Julho de 2010 às 0:52
"31% dos portugueses não acabaram escolaridade obrigatória...Dados ontem divulgados pelo Eurostat revelam que Portugal continua a ter a maior taxa de abandono escolar da União Europeia, embora seja o País que teve maior descida..." DN 15/07/2010

Não estou ligada à área educacional, mas notícias destas deixam-me a pensar e entristecem-me. Assim quero deixar aqui o que penso sobre esta matéria:
Portugal tem uma grande crise de falta de valores, cultura e educação, por isso é que se encontra no estado actual. É necessário formar pessoas, pois já alguém disse: "Abram escolas para não haver tantas prisões". É necessário que as crianças continuem a frequentar a escolaridade obrigatória. E como se faz isso? Com certeza que não é passando indiscriminadamente os alunos que têm negativas, até chegarem ao ano de exame e chumbarem. Isto não incentiva os alunos, antes pelo contrário, aqui é que está o insucesso escolar, pois estes alunos nunca se esforçaram ao longos dos anos e chegam ao ano de exame e desinteressam-se em continuar pois eles próprios reconhecem que não têm apetências para continuarem.
Penso que o que o ME tem a fazer primeiro, é fazendo propaganda junto da televisão, com vídeos que demonstrem a necessidade do estudo e as consequências de não estudarem, com muita pedagogia. Façam anúncios na TV a anunciarem e a evidenciarem a necessidade de estudarem e as suas vantagens em termos pessoais, cívicos e sociais.
A seguir terá que ser feita uma reforma na maneira e nas matérias a dar nas escolas. As escolas não podem ser umas instituições rígidas, têm que evoluir. Deixem-se (ME, sindicatos, professores, educadores...)de picardias de professores para cá e professores para lá, pois o problema não está nos professores, mas na forma como as aulas são dadas e as matérias que estão desactualizadas com o desenvolvimento e realidade actual. Tem que haver mais adequação no "saber estar" dentro de uma sala de aulas. Hoje em dia as crianças passam horas em frente de ecrãns e estão sedentas de informação, pois está tudo ao alcance de um clik. Então ensinem através de ecrãns, invistam mais em computadores. Outra forma é não senta-las em mesas, mas dêem aulas como se estivessem numa mesa redonda, ou no chão, façam da sala de aula uma troca de informações, lancem uma questão para discussão e envolvam as crianças na participação, as crianças gostam de serem ouvidas, querem dialogar (por isso é que existe o mau comportamento nas aulas) e gerem discussão e participação entre todos,
Esta forma de ensinar tem que começar logo na primária, para se irem habituando a ouvirem, participarem e interagirem positivamente e educadamente, tipo cultura da empresa Google.
Claro que isto passa pela formação inicial dos professores, em experimentarem novas formas pedagógicas, o uso de novas tecnologias, novas formas de ensinar, em fazerem benchmarketing com países com elevados sucessos escolares e aplicarem essas formas novas de ensinarem. Façam escolas piloto, com várias formas de ensino para ver quais as que têm melhores resultados.
Não vamos dizer às crianças o que devem aprender, como devem aprender, mas leva-las a aprender e a quererem aprender. As crianças precisam que se interessem por eles. Existe na sociedade uma carência de interesse uns pelos outros e as crianças sentem muito isso. Tirem-nos também das salas de aula e venham para o campo dar matéria. Ainda me lembro de ter aulas no campo e aprendia-se muito. Se preciso for, ponham mais professores numa sala de aula, trabalhando em equipa, pois reforçam a matéria e captam mais a atenção das crianças. Façam experiências nas faculdades uma sala de aulas com 2 professores. É monótono ouvir sempre a mesma voz e a mesma maneira de ensinar.
Por fim quem não quiser mesmo estudar, metam-nos no mercado de trabalho. Substituam algumas máquinas por homens e não dêem subsídios de sobrevivência a quem não quis estudar mais. Com subsidiários e pensões o preço da mão de obra não baixa, pois as pessoas só começam a querer trabalhar qd ganharem mais que os subsídios. Assim reduzia-se o preço da mão de obra, as empresas podiam ser mais eficientes e produzirem mais, reduzia-se o desemprego, aumentava-se a produtividade, e as pessoas começavam a dar valor à formação e aos estudos.
Professores, não tenham medo de inovar destro das vossas salas, sejam criativos (eu sei o esforço que fazem), mesmo que vá contra a forma estipulada pelo ME, digam Não e Basta a trabalhos que não trazem valor acrescentado ao ensino. Para bem da vossa profissão, invistam na profissão de professores e educadores e no interesse pelos alunos e deixe-mo-nos de politiquices com sindicatos, governo e ministério
Um país sem educação é um país pobre e marginalizado. Pensem nisso."

domingo, 27 de março de 2011

Primeiro dia

Bem vindos ao meu novo blog, que foi criado no âmbito da UC de Psicologia do Desenvolvimento, da licenciatura em Educação da UAb. Espero que este espaço seja de todos e que sirva para refletir sobre o Eu, o Tu e os Outros que nos rodeiam e sobre todo o mundo em que vivemos.
De certeza que irão ser momentos de grande interesse e aguardo as vossas contribuições.

Façam favor de serem felizes